Nutrição: Corrida de explosão X alimentação
Por: Dra. Tânia Rodrigues
A mobilização dos diferentes substratos energéticos durante o exercício é um processo coordenado pelo sistema neuroendócrino, bem como por modificações do próprio metabolismo muscular.
As corridas de 50 e 100 metros, exigem que quantidades enormes de energia sejam produzidas num curto período de tempo e para isto, as fibras musculares Tipo II devem ser recrutadas. O desempenho máximo é limitado pela distribuição dos tipos de fibra e pela quantidade de fibras musculares recrutadas, a qual é influenciada pelo tipo de motivação. Sendo assim, as fontes primárias de energia são anaeróbicas incluindo o sistema ATP-CP (creatina fosfato) e a via glicolítica.
Durante os primeiros 6 segundos de exercício de intensidade máxima, a energia torna-se disponível a partir do desdobramento do ATP e CP armazenados. A energia é quase imediatamente liberada nestas reações, sem necessidade de oxigênio. A sobrecarga máxima destes processos fosforados pode ser atingida pelo emprego de músculos específicos em picos máximos de esforço de 5 a 10 segundos. Pelo fato de os fosfatos de alto potencial energético fornecerem a energia para este tipo de exercício tão intenso e intermitente, apenas uma pequena quantidade de ácido lático será produzida e a recuperação total será imediata.
Considerando, então, o uso dos substratos energéticos durante exercícios intensos e exaustivos como a corrida de explosão é improvável que a disponibilidade de glicogênio muscular caia a níveis muito baixos. Por isso, supondo-se que a ingestão energética seja adequada e composta principalmente de carboidratos, é improvável que a disponibilidade de carboidratos musculares comprometa a realização de um exercício de explosão.
• Vias metabólicas recrutadas:
Prova de 50m: sistema ATP-CP
Prova 100m: ½ ATP-CP e ½ glicólise