Uberlândia tem mais de 2 mil vagas de emprego abertas
Mercado de Uberlândia oferece mais de 2 mil vagas de emprego
Desde o primeiro dia útil deste ano, o Centro Estadual de Políticas de Emprego e Renda (Ceper), antigo Sine, recebeu o cadastro de mais de 2,3 mil vagas de emprego em Uberlândia.
O setor que mais oferece trabalho ainda é o de serviços, seguido da construção civil. Os dois são os responsáveis por cerca de 80% das vagas. A coordenadora do Ceper, Maria de Lourdes Rosa, disse que deste total, 20% das vagas oferecidas são preenchidas.
Um dos fatores que explicam a baixa empregabilidade, segundo a especialista em Recursos Humanos Marta Ajej, são os salários oferecidos pelas empresas. “Uberlândia tem os salários abaixo da média se comparado com outras cidades da região Sudeste do país”.
Nos dois setores – serviços e construção civil -, os salários divulgados pelo Ceper, variam de R$ 700 a R$ 1,8 mil. Para Marta Ajej, nestas áreas em que a exigência de escolaridade é menor, as empresas oferecem remuneração inferior. “As pessoas aceitam trabalhar com esse salário em primeiro momento. Logo depois passam a procurar outro trabalho que pague um pouco a mais e isso faz com que a rotatividade cresça.”
Foi o que aconteceu com o cozinheiro Valderson Nogueira. Ele saiu da empresa onde trabalhou por oito anos por causa do salário que recebia: R$ 900. “Estou em busca de algo que pague melhor e que tenha benefícios como convênio médico também. Não está difícil de encontrar trabalho, mas é complicado encontrar um salário melhor.”
No setor da construção civil, de acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Efthymios Panayotes, o piso salarial para servente de pedreiro é de R$ 710 e para pedreiro é de R$ 1.020. Devido à demanda crescente de mão de obra, algumas empresas oferecem benefícios como comissão pela produtividade. “Tem funcionário da área de acabamento e terminal de obra que chega a tirar de R$ 5 mil a R$ 6 mil”.
Experiência
A coordenadora do Ceper também aponta a falta de qualificação para o não preenchimento do total das vagas. Segundo Maria de Lourdes, a maioria das pessoas tem formação, mas não tem experiência. “Nas áreas técnicas como, por exemplo, a enfermagem, a dificuldade é encontrar quem tenha a prática”.
Procura por emprego
O Centro Estadual de Políticas de Emprego e Renda (Ceper) distribui diariamente 250 senhas, sendo 80 para seguro-desemprego e o restante para o cadastro dos interessados nas vagas disponíveis. Nesta terça-feira (8), até às 10h, as senhas estavam esgotadas. A situação foi a mesma, segundo a coordenadora Maria de Lourdes Rosa, na segunda-feira (7). “A procura é alta”.
A expectativa, segundo ela, é que o índice de contratação seja maior que janeiro do ano passado, quando 1.427 pessoas foram empregadas. “Essa perspectiva se dá com essa quantidade alta de vagas que recebemos nesta primeira quinzena de janeiro.”
O pedreiro Maxwel Martins, 29 anos, pretende ser um deles. Martins conta que trabalha como autônomo desde os 21 anos, mas que pretende conseguir um trabalho fixo a partir deste ano. “Muitas vezes falta trabalho e fico desesperado. Agora pretendo ter algo fixo, com que posso contar”
Renata Tavares Especial para o CORREIO
FONTE: JORNAL CORREIO