Testes realizados com pó de basalto em milho e feijão começam a surtir efeito
Em novembro do ano passado, a Secretaria Municipal de Agronegócio, Economia e Inovação (SMAEI) iniciou testes com a utilização do pó de basalto no cultivo de milho e feijão, com a intenção de remineralizar o solo. Dois meses depois, com a utilização de doses que variam de 1,5 a 12 toneladas do material por hectare, a depender das áreas delimitadas para teste, as culturas estão com ótimo desenvolvimento mesmo com a grande quantidade de chuvas dos últimos dias que pode ter carreado parte do pó de basalto colocado no solo.
Os técnicos responsáveis perceberam que as plantas estão vistosas, e resultados mais concretos serão analisados com a colheita das culturas utilizadas no experimento. Está programado para colher o feijão em março deste ano e o milho, até meados de abril. O milho será avaliado quanto à sua capacidade de produzir uma boa silagem, como também a produção de grãos secos que é utilizado para fabricar vários produtos de consumo humano e animal.
“Além do resultado de produtividade das culturas, também será avaliado o solo para constatar se houve melhora da estrutura, fertilidade e presença de microrganismos. Essas características influenciam diretamente na produção”, afirmou a responsável pela pasta, a secretária Thalita Jorge.
O estudo com milho e feijão é conduzido pela SMAEI em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e com a colaboração dos gestores da Fazenda Água Limpa, onde são realizados os experimentos. A propriedade está localizada no conselho distrital da Água Limpa, com acesso pela MGC-455.
Como funciona
Para estes testes, foram escolhidas pela Prefeitura de Uberlândia, culturas importantes na nossa região, casos do milho para silagem, pastagem e o feijão. Desta maneira, o solo que receberá o pó de basalto e o plantio é analisado anteriormente para avaliar a necessidade de aplicação de calcário e adubo. Após essa etapa de correção de solo, o pó de basalto é aplicado em diferentes quantidades no intuito de observar a dosagem ideal a ser indicada para o produtor rural após as avaliações dos resultados dos experimentos. Finalmente, com a colheita concluída, é feita também a análise da produtividade das culturas submetidas à cada uma das doses de basalto aplicada. Depois, é observado, ainda, através de nova coleta de solo para análise, se houve aumento dos microrganismos, como também a melhoria da qualidade e da fertilidade do solo.
Após todos os testes realizados, os resultados são submetidos a análise estatística, com o objetivo de encontrar qual dose do pó de basalto será utilizada para recomendações agronômicas.
Basalto
O basalto é uma rocha silicática de origem vulcânica abundante em Uberlândia. A cidade possui mais de 16 mil hectares desse recurso, que apresenta altas concentrações de cálcio, magnésio e potássio, entre outros minerais. Na sua forma em pó, tem capacidade de aumentar o rendimento de produção na ordem de 20% a 30%, com melhoria da sanidade das plantas, maior retenção de carbono no solo, maior resistência às intempéries e menor uso de fertilizantes sintéticos e defensivos, que encarecem os custos da lavoura.
Em outubro de 2019, a Prefeitura realizou um seminário nacional sobre esse estudo, que contou com a presença de pesquisadores e agricultores de todo o país. Os primeiros resultados da aplicação em lavouras de soja de Minas Gerais, Tocantins e Goiás foram apresentados em abril de 2020, corroborando as perspectivas de plantações mais robustas e saudáveis.
Vantagens logísticas
Uberlândia está localizada no entroncamento de importantes rodovias (BRs 050, 365 e 452) e atendida por uma malha ferroviária que possibilita a interligação entre as regiões Centro-Oeste e Sudeste do país. Ligada diretamente a cinco dos maiores polos econômicos brasileiros (Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia e Brasília), a cidade possui o único entreposto mineiro da Zona Franca de Manaus, sediando o Porto Seco do Cerrado (que interliga aos portos de Vitória-ES e Santos-SP) e com o maior aeroporto operado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) em Minas Gerais (por onde passam tanto passageiros quanto cargas).