Teatro Municipal de Uberlândia será inaugurado dia 20
O Teatro Municipal de Uberlândia é uma realidade. Após anos de espera, a obra será inaugurada pelo prefeito Odelmo Leão na quinta-feira, 20 de dezembro, uma data que se tornará histórica. Com a abertura do espaço cultural, Uberlândia entrará definitivamente para o circuito dos grandes espetáculos e importantes centros culturais do Brasil e do mundo.
Em 2005, para grande parte da população e da classe artística, a concretização do Teatro parecia um sonho impossível, mas para o prefeito Odelmo Leão era um objetivo. Após oito anos e muito empenho, a meta foi alcançada. Finalmente, a classe artística e a população receberão a obra projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer no ano de 1989.
Com o Teatro, a cidade de Uberlândia eleva o seu desenvolvimento cultural à altura de sua importância econômica; além de disseminar os valores culturais e incrementar o mercado cultural da região, favorecendo a geração de empregos e de renda em segmentos relacionados ao processo artístico-cultural. O novo espaço cultural também estimula a produção artística na região e o intercâmbio cultural no Brasil. A casa de espetáculos promove ainda o acesso da população aos bens e valores culturais, como meta fundamental para a conquista da cidadania plena, uma vez que o Teatro é também um equipamento social.
“Para a cidade é uma grande conquista artística, cultural, arquitetônica e, até mesmo, econômica. Para mim, é uma alegria realizar a inauguração, que não seria possível sem a participação de nossos parceiros, da população e de Deus”, disse o prefeito Odelmo Leão.
Aspectos técnicos do Teatro Municipal de Uberlândia
O Teatro Municipal de Uberlândia foi erguido em uma praça de planta circular e semi-enterrada, com três níveis de funcionamento distintos e circulações separadas do corpo. Em uma área total de 66.669,92 metros quadrados, são cerca de cinco mil metros quadrados de área construída. Totalmente de acordo com os princípios de acessibilidade, o espaço tem 816 poltronas, incluindo algumas especiais para deficientes físicos e obesos. Na construção foram utilizadas 150 toneladas de estrutura metálica, sendo 60 toneladas na sustentação da área cênica. As demais 90 toneladas foram empregadas na cúpula (cobertura) e doadas pela Usiminas, fruto do empenho pessoal e solicitação do ex-governador de Minas Gerais, Rondon Pacheco. Também foram utilizados dois mil metros cúbicos de concreto armado e 2.800 metros de estacas pré-moldadas em concreto armado. Somente na etapa final, mais de 200 profissionais trabalharam na execução da obra.
O Teatro tem um palco com duas funções distintas. A primeira é servir à parte interna, em sua função tradicional. O palco pode ser aberto para a parte externa, transformando-se num grande anfiteatro com capacidade para cerca de 25 mil pessoas que assistirão e participarão dos espetáculos em uma praça. É uma função vanguardista para espetáculos populares como shows e apresentações de dança, música e circenses, entre outros. O espaço externo conta ainda com estacionamento com 400 vagas e projeto paisagístico. Em uma valorização dos produtos brasileiros, a maioria dos materiais utilizados na construção é brasileira.
O Teatro conta ainda com o que há de mais moderno quanto à iluminação e à sonorização para espetáculos. Uma das curiosidades é o elevador para orquestra, que permite que os músicos fiquem em alturas estratégicas para cada apresentação
Foram empregados na construção da obra cerca de R$ 25 milhões, recursos provenientes do Município e da captação fiscal pela Lei Rouanet (Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991).
Histórico do Teatro Municipal de Uberlândia
A construção do Teatro Municipal de Uberlândia teve início há 14 anos, mas sua história vem do ano de 1989.
Em 1989, Uberlândia era governada pelo prefeito Virgílio Galassi (1989 – 1992). Durante uma viagem à Brasília, ele anunciou ao então ministro da Cultura, José Aparecido Martins, a vontade de erguer um teatro municipal em Uberlândia. Por intermédio do ministro, conheceu o arquiteto Oscar Niemeyer. Foi nesta época que o arquiteto Oscar Niemeyer doou o anteprojeto do Teatro para a Prefeitura de Uberlândia.
O anúncio em Uberlândia sobre a obra foi feito na Casa da Cultura, no primeiro trimestre de 1989. Na época, iniciaram-se os primeiros contatos com Oscar Niemeyer e sua equipe no Rio de Janeiro.
O projeto arquitetônico elaborado pelo escritório de Oscar Niemeyer naquela época foi para construção do Teatro em uma área no bairro Santa Mônica, nas imediações onde foi erguida a atual reitoria da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), na Avenida João Naves de Ávila, no Campus Santa Mônica. O nome inicial era Centro Cultural de Uberlândia.
Os argumentos para erguer o espaço eram de que a carência de atividades culturais não ocorria somente por falta de políticas culturais mais abrangentes, mas também da necessidade da existência de espaços que abrangessem as mais diversas formas de manifestações culturais e camadas da população.
Em 1993, Paulo Ferolla da Silva (1993 – 1996) assumiu a Prefeitura de Uberlândia. Na época surgiu uma nova proposta para o Teatro Municipal. Para alguns técnicos da Prefeitura, o projeto era muito recortado e em dimensão menor do que o original proposto por Niemeyer. Era como se tivessem abandonado o projeto de Oscar Niemeyer.
Na gestão seguinte do prefeito Virgílio Galassi (1997 – 2000), definiu-se a construção do Teatro Municipal em novo terreno, já do Município. O projeto de Oscar Niemeyer foi retomado com algumas conquistas no campo de recebimento de materiais e recursos via Lei de Incentivo Federal. Teve início a construção no alto da avenida Rondon Pacheco com os projetos refeitos e reelaborados pelo escritório de Oscar Niemeyer.
No ano de 1999 limpou-se o terreno e, no começo de 2000, iniciaram-se os serviços de sondagens e fundações. Um relatório da Secretaria Municipal de Cultura, datado de março de 2001, afirma que 40% do projeto de estrutura e infraestrutura foram executados até esta data.
Entre os anos de 2001 e 2004, durante o mandato do prefeito Zaire Rezende, novos recomeços e novas aprovações foram necessários para a regularização junto ao Ministério da Cultura para efeitos de captação de recursos junto à iniciativa privada.
Durante o primeiro mandato do prefeito Odelmo Leão (2005 – 2008), importantes avanços foram obtidos, incluindo destinação de recursos orçamentários municipais e de captações fiscais, permitindo que a obra tomasse corpo e fosse visivelmente avistada e conhecida como uma obra concreta. Iniciou-se também a utilização da parte externa para apresentações de espetáculos e shows, como Festival de Dança do Triângulo e Orquestra Jovem de Minas Gerais. Mais de 60% da obra foi realizada nesse período.
Em junho de 2009, no segundo mandato do prefeito Odelmo Leão (2009 – 2012), a Prefeitura de Uberlândia regularizou a escritura do terreno e teve a posse definitiva do local, conforme matrícula 130.670, registrada no 1º Serviço Registral de Imóveis de Uberlândia.
O biênio 2011 / 2012, por uma determinação do prefeito Odelmo Leão, foi o período da arrancada final para o término das obras, incluindo os projetos específicos e as instalações especiais (aquisição e instalação de mobiliário, elevador, mobiliário, gerador, poltronas); a execução dos projetos de cenotécnica e iluminação e acabamento.
O criador e seu projeto
Em material divulgado no lançamento do projeto, consta o texto de Oscar Niemeyer:
“A ideia que me ocorreu foi encontrar uma solução na qual o palco tivesse duas funções diferentes. Uma, servir ao teatro propriamente dito; outra, aos espetáculos de música popular e rock. Isso evita que sejam realizados festivais dentro do teatro com público reduzido e com prejuízo para suas instalações, permitindo assim que 20 ou 30 mil pessoas, deles participem.
Trata-se de uma solução nova que dará ao Teatro de Uberlândia o sentido renovador que desejávamos. Provido de todos os requisitos que um teatro requer, o nosso projeto apresenta a economia indispensável, com a plateia, apoiada no terreno sem os problemas de estruturas usuais. E o terreno adaptado às curvas de nível que a visibilidade exige. Trata-se de uma solução nova que dará ao Teatro de Uberlândia outra dimensão. A entrada do teatro abrirá à praça cultural ainda por definir.”
Oscar Niemeyer
Sobre Oscar Niemeyer
Oscar Niemeyer, cujo nome completo é Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho, nasceu em 15 de dezembro de 1907, no Rio de Janeiro, filho de Oscar Niemeyer Soares e Delfina Ribeiro de Almeida.
Em 1928 casou-se com Annita Baldo.
Matriculou-se na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, em 1929.
No ano de 1932 começou a trabalhar no escritório dos arquitetos Lucio Costa e Carlos Leão e em 1934 foi diplomado como engenheiro arquiteto, na Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
Um de seus primeiros feitos foi o projeto do Pavilhão do Brasil, na Feira Mundial de Nova York, no ano de 1938.
Já o projeto do Conjunto da Pampulha foi solicitado em 1940, pelo prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek.
Em 1947 viajou para Nova York como membro do Comitê Internacional de Arquitetos, encarregado do desenvolvimento do projeto da sede da Organização das Nações Unidas (ONU).
Um marco profissional importante foi em 1956, quando foi convidado pelo presidente da República, Juscelino Kubitschek, para projetar Brasília, a nova capital do Brasil. Convite aceito, com o avançar dos trabalhos, o arquiteto se mudou para Brasília.
A esposa de Oscar Niemeyer, Annita Niemeyer faleceu em 2004, no Rio de Janeiro.
Em 2006 o arquiteto casou-se com Vera Lúcia Cabreira, no Rio de Janeiro.
O ano de 2007 marcou o centenário de Oscar Niemeyer. Exposições, eventos e homenagens comemorativas foram realizados em todo o Brasil.
Oscar Niemeyer faleceu aos 104 anos no dia 5 de dezembro de 2012, na cidade do Rio de Janeiro, por complicações provocadas por uma infecção respiratória.
Fonte: http://www.niemeyer.org.br/
Algumas importantes obras de Oscar Niemeyer
– Auditório Ibirapuera – São Paulo / SP
– Brasília – Distrito Federal
– Catedral de Brasília – Brasília / DF
– Centro Cultural Oscar Niemeyer – Duque de Caxias / RJ
– Centro Cultural Oscar Niemeyer – Goiânia / GO
– Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves – Belo Horizonte / MG
– Edifício Copan – São Paulo / SP
– Edifício Niemeyer – Praça da Liberdade – Belo Horizonte / MG
– Espaço Oscar Niemeyer – Le Havre / França
– Igreja São Francisco de Assis – Conjunto da Pampulha – Belo Horizonte / MG
– Memorial da América Latina – São Paulo / SP
– Museu de Arte Contemporânea – Niterói / RJ
– Museu Nacional da República – Brasília / DF
– Museu Oscar Niemeyer – Curitiba / PR
– Palácio da Alvorada – Brasília / DF
– Palácio do Planalto – Brasília / DF
– Ponte JK (Juscelino Kubitschek) – Brasília / DF
– Praça dos Três Poderes – Brasília / DF
– Sambódromo da Marquês de Sapucaí – Rio de Janeiro / RJ
– Sede da Editora Mondadori – Milão / Itália
– Sede do Partido Comunista Francês – Paris / França
– Teatro Municipal de Uberlândia – Uberlândia / MG
– Universidade de Constantine – Argélia