Clube de Caça e Pesca Itororó, em Uberlândia, inicia reestruturação

Com quase meio século de existência e reconhecido no passado como uma das melhores áreas de lazer de Uberlândia, o Clube de Caça e Pesca Itororó está prestes a passar por uma reestruturação, depois de anos de processo de deterioração.

 

Uma assembleia realizada por acionistas na semana passada adequou, após entrave judicial, o estatuto social do local ao atual Código Civil (2002) e afastou a presidência do clube, que está há mais de dez anos consecutivos no cargo – sete deles de forma contestada pelos sócios. Uma nova eleição para escolher a direção deverá ocorrer em até 90 dias e, até lá, uma comissão de transição assumirá a administração do clube campestre, inaugurado em 1965. Pelo menos cinco chapas já mostraram interesse em concorrer.

As mudanças no estatuto propostas neste ano foram capitaneadas por sócios patrimoniais, os chamados remidos que não têm obrigação de pagar mensalidade, que se organizaram por meio de redes sociais no intuito de entender o engessamento do clube desde 2007. Segundo eles, nessa época, uma série de modificações no regulamento resultou no envolvimento do Ministério Público Estadual nas atividades do clube e o caso parou na Justiça. Uma sentença anulou atos realizados pela gestão à época e, como houve apelação em segunda instância, não foi realizada mais nenhuma eleição.

Nesses sete anos, a direção continuou na administração por tempo indeterminado até que houvesse o julgamento definitivo do caso, o que ocorreu somente no ano passado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), e não publicou nenhuma prestação de contas. “Nós não sabemos como o clube está financeiramente. Com o passar do tempo, para não falar que ele está sucateado, digo que está sobrevivendo com um balão de oxigênio”, afirmou o comerciante Inácio Dimas Duarte, sócio patrimonial há 30 anos que participou do grupo que modificou o estatuto recentemente.

Outros sócios também relatam que, embora haja limpeza, serviços de jardinagem e os equipamentos (sauna, bares e restaurante, por exemplo) funcionem, a estrutura física e muitos mobiliários estão depreciados pela ação do tempo. “A academia é velha, os tobogãs são velhos e o playground está destruído. No calor, enche de crianças lá”, afirmou um contribuinte mensal há pelo menos quatro anos que preferiu não ser identificado.