Clássico mineiro atrai milhares de torcedores ao Parque do Sabiá
As arquibancadas estavam tomadas de azul e branco. Torcedores de vários lugares vieram a Uberlândia conferir de perto os dois times de maior expressão de Minas Gerais. De um lado o Cruzeiro, defendendo a liderança do Campeonato Brasileiro. Do outro, o Atlético Mineiro buscando sair da zona de rebaixamento.
Um jogo que com certeza o pequeno cruzeirense, André Lopes, de 10 anos não vai esquecer. Esta é a segunda vez que ele vem ao estádio para ver o time de coração. E o garoto já pensa em voltar na partida contra o Palmeiras com a esperança de comemorar o título da competição. “Jogar aqui em Uberlândia tem dado sorte pro Cruzeiro. Já pedi ao meu pai pra me trazer no jogo contra o Palmeiras porque aí posso ver meu time campeão aqui de perto”, contou.
Com as unhas roídas, o comerciante Diego Leite não poupou esforços para sair de manhã de Patrocínio e ver o clássico. Os ingressos já haviam sido comprados pelo cunhado, que mora próximo ao estádio. E mesmo sabendo da chuva, Diego não desanimou; foi logo comprando uma capa de chuva para ficar na arquibancada, na mesma altura do campo.
“Pra ver o time de coração todo esforço é válido. Não tem chuva que tire a gente do estádio. Ainda mais depois que entramos e vemos esse público gritando, pulando e empurrando a equipe. Como a distância entre as cidades é curta, vale a pena tirar um dia só pra viajar pelo time”, disse.
Henrique Sousa é mais um torcedor fanático. Apesar da pouca idade, só 14 anos, assiste a todos os jogos e o radinho é companheiro inseparável. A paixão pelo Cruzeiro não veio do pai, mas de uma torcedora experiente: a avó. Desde pequeno, segundo ele, ela o incentivava com pôsteres do plantel campeão, camisetas e claro, a narração que vinha do rádio, nos dias em que os pais o deixavam na casa da avó.
“Ter a oportunidade de ver o Cruzeiro jogar na cidade é muito bom. Sempre achei que não teria chances, porque nunca imaginava que meu time disputaria um Brasileirão em Uberlândia. Hoje o sonho realizado é ainda maior. Ver Cruzeiro e Atlético no Parque do Sabiá e com o radinho me passando as informações que não temos dentro de campo. Muito legal mesmo”, revelou Henrique.
Um jogo cheio de gols
A partida válida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro começou às 18h30, no estádio Parque do Sabiá. O Cruzeiro que já havia ganho quatro partidas em Uberlândia defendia o 100% de aproveitamento contra o seu maior rival, o Atlético Mineiro.
O jogo começou agitado, apesar da chuva, as equipes não ficaram paradas. O Galo foi logo marcando com Obina, de cabeça, aos seis minutos. Quando a Raposa parecia estar melhor, os atleticanos aproveitaram a falha do sistema defensivo celeste e mais uma vez Obina completou para o fundo da rede.
A reação do Cruzeiro veio logo em seguida quando o árbitro marcou pênalti, após uma cobrança de escanteio. O meia argentino Walter Montillo, um dos principais nomes da equipe, bateu de cavadinha e a bola subiu demais, indo pra fora. Na reposição, o Atlético marcou o terceiro gol, novamente com Obina.
O técnico Cuca foi obrigado a mexer no time para tentar a reação. O meia Gilberto entrou no lugar do lateral esquerdo Diego Renan. Na primeira bola que sobrou, Gilberto arriscou um chute forte da entrada da área, sem chance para o goleiro Renan.
A torcida voltou a cantar e o Cruzeiro manteve a pressão, mas errou muitos gols. Na volta para o segundo tempo, a pressão celeste continuou. Farias perdeu mais dois chutes de dentro da área. Quem aproveitou as falhas foi o Galo numa arrancada perigosa que culminou em escanteio. Na cobrança de Serginho, o zagueiro Réver subiu mais que todo mundo e mandou pro gol. O goleiro Fábio nada pôde fazer. Era o quarto tento do Atlético.
De repente a ficha do Cruzeiro caiu. E o atacante Thiago Ribeiro marcou dois gols em dois minutos. Um no rebote do peixinho do atacante Farias, aos 21 minutos. E outro após arrancada de Montillo, que rolou para Ribeiro chutar forte e rasteiro no canto do goleiro Renan.
A pressão da Raposa continuou, mas não foi suficiente para furar a defesa atleticana. Final de jogo: Cruzeiro 3×4 Atlético.